Golpe de Estado en Brasil
4 preguntas al presidente nacional de la Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, sobre el golpe de Estado en Brasil. «Salta aos olhos o caráter antidemocrático, antipopular e antinacional do golpe», dijo el dirigente brasilero.
1. ¿Qué acciones y posicionamiento tiene la CTB sobre lo que esta sucediendo con el impeachment a Dilma y el proceso que vive en la actualidad Brasil?
Adilson Araújo (EA): O Brasil vive um momento político grave e particularmente perigoso para os trabalhadores e trabalhadoras brasileiras. Está em curso no país um golpe de Estado, dissimulado por um processo de impeachment sem nenhuma base legal, sem crime de responsabilidade, que constitui uma séria ameaça contra a democracia, a soberania nacional e as conquistas seculares da classe trabalhadora. Trata-se das mesmas classes sociais que estiveram por trás do golpe militar de 1964. Os obscuros objetivos dos golpistas transparecem nas entrelinhas de seus projetos de governo proposto pelo conspirador Michel Temer.
Ao interditar um projeto democrático, patriótico e popular que, bem ou mal, vinha sendo implementado no Brasil desde 2003, o grupos de Temer pretende restaurar um programa neoliberal que confronta os interesses nacionais e os direitos sociais. O processo pelo qual tomam de assalto o Palácio do Planalto é ilegítimo e marcadamente antidemocrático. Não devemos ter dúvidas de que para impor a agenda conservadora eles vão apelar para a criminalização das lutas e dos movimentos sociais, restringindo a democracia e recorrendo cada vez mais ao autoritarismo. Salta aos olhos o caráter antidemocrático, antipopular e antinacional do golpe.
2. ¿Cuál es el rol de los trabajadores y los sectores populares en este proceso?
EA: Acredito que a classe trabalhadora testemunha um grande golpe à Democracia, mas também vê ao seu redor uma enorme força se erguer. Nosso campo deve reafirmar que haverá luta contra mais esse golpe no Brasil. Nesse momento, a unidade, a luta e resistência da classe trabalhadora serão fundamentais para as próximas batalhas. Seguiremos lutando, nas ruas, nas redes, para barrar o retrocesso, manter tudo o que conquistamos e dar um basta na crise econômica, apontando o caminho da retomada do crescimento econômico com geração de emprego e distribuição de renda. A luta ira continuar, nós apenas começamos.
3. ¿El impeachment es un ejemplo del avance de la derecha en la región?
EA: Uma análise mais abrangente da realidade sugere que não se trata de um movimento restrito ao nosso país, mas de uma onda conservadora bem mais ampla, que tem por pano de fundo a crise econômica e geopolítica do capitalismo e da ordem imperialista internacional hegemonizada pelos EUA. Revezes eleitorais recentes das forças democráticas na Argentina, Venezuela e Bolívia, bem como os golpes em Honduras (2009) e Paraguai (2012), são acontecimentos que integram o mesmo fenômeno. Aqui, bem como na América Latina, observa-se a união das burguesias e latifundiários locais com a aristocracia financeira internacional, capitaneada pelo imperialismo estadunidense, no empreendimento reacionário e contra um projeto edificado nas duas últimas décadas.
4. ¿Qué papel jugo el apoyo internacional para el desenlace actual del conflicto?
EA: Desde o acolhimento do pedido de impeachment pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no início de dezembro, a presidenta Dilma Rousseff tem recebido manifestações de apoio e de solidariedade de organizações partidárias e movimentos de todos os continentes. Isso não só reflete o posicionamento do nosso país no mundo, mostra, sobretudo, que esse projeto reconfigurou relações, reposicionou o nosso país no globo. Essa realidade será difícil de desconstruir.
EA: Creio que o apoio internacional tem sido fundamental para denunciar o golpe aqui no Brasil e fortalecer os movimentos internos e externos que resistem desde 2015 a essa ofensiva. Esse apoio desnuda os reais autores do golpe, derruba as máscaras e fortalece um sentimento de resistência além-fronteiras. O exemplo da cobertura midiática e didático. Enquanto a mídia internacional denuncia o golpe, a nossa, ainda mais golpista, blinda figuras como Eduardo Cunha e Michel Temer. Isso reflete o que está por trás dessa investida, quais são os interesses e não é o combate à corrupção.
Prensa ESNA y Relações Internacionais da CTB Nacional